A Cortiça

Em que consiste a cortiça?
A cortiça é a casca do sobreiro, um tecido vegetal que o homem recolhe cuidadosamente e que possui qualidades únicas, nunca atingidas ainda por algum engenho humano.
Como é o interior da cortiça?
O interior da cortiça é composto por uma colmeia de pequenas células de suberina, um ácido complexo, preenchidas com uma mistura gasosa quase idêntica à do ar. Cada centímetro cúbico de cortiça contém, em média, 40 milhões de células.
Quais as suas principais características?
A cortiça, é muito leve (densidade 0,24kg/dm3), impermeável a líquidos e a gases, elástica e compressível, excelente isolante térmico e acústico (redução do som, em média entre 35dB a 45dB), combustão lenta e muito resistente ao atrito. Mas principalmente, é 100% natural, reciclável e reutilizável.
Qual a estrutura química?
  • suberina (45%) - principal componente das paredes das células, responsável pela elasticidade da cortiça;
  • lenhina (27%) - composto isolante;
  • polissacáridos (12%) - componentes das paredes das células que ajudam a definir a textura da cortiça;
  • taninos (6%) - compostos polifenólicos responsáveis pela cor;
  • ceróides (5%) - compostos hidrofóbicos que asseguram a impermeabilidade da cortiça.
·         água mineral, glicerina e outras componentes que fazem 4%.
Qual os níveis de produção de cortiça, em Portugal relativamente a outros países?
Embora Portugal seja um país de área reduzida, produz mais cortiça que todo o resto do mundo.
Qual a finalidade da cortiça?
Fabrico de isolantes térmicos e sonoros de aplicação variada, mas especialmente na produção de rolhas para engarrafamento de vinhos e outros líquidos.

O que acontece á cortiça após o descortiçamento?
Após o descortiçamento, as pranchas de cortiça são empilhadas na floresta ou em estaleiros dentro da fábrica. Aí permanecem expostas ao ar livre, ao sol e á chuva. No entanto, todas as pilhas formadas seguem regras definidas pelo código internacional de práticas rolheiras, de forma a permitir a estabilização da cortiça. Estas devem ser empilhadas sobre materiais que não contaminem e que evitem o contacto desta com o solo, a madeira e expressamente proibida por poder transmitir fungos. Este tempo de repouso nunca deve ser inferior a seis meses.
Curiosidades:
No ano 3000 a. C, a cortiça já era utilizada na China, Egipto, Babilónia e Pérsia para o fabrico de aparelhos destinados á pesca.
Portugal foi pioneiro em matéria de legislação ambiental, as primeiras leis agrárias que protegem os montados de sobro, no inicio do século XIII em 1209.
É nas últimas décadas, que surgem diversas iniciativas que visam a investigação e a definição de normas internacionais para a industria corticeira e onde se destaca a Confédération Européenne Du Liége, fundada em 1987.
A cortiça deixa muitas expectativas porque tem uma mais-valia ecológica em relação a outros produtos e ainda não foi explorada eficientemente.

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